Feliciano diz que só sai de comissão se João Paulo e Genoino saírem também
Após reunião com líderes na Câmara, Feliciano permanece na presidência da Comissão de Direitos Humanos | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Da Redação
Após a reunião realizada nesta terça-feira (9) com líderes partidários da Câmara dos Deputados para discutir a situação de Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos, o pastor afirmou que só deixaria o cargo se o Partido dos Trabalhadores (PT) retirar da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) os parlamentares João Paulo Cunha e José Genoino, condenados no mensalão.
“Ele permanece como presidente porque o regimento dá guarida a ele”, afirmou Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara, que convocou a reunião. Líderes partidários que haviam permanecido neutros até então se manifestaram a favor de Feliciano. PMDB, PSD, PRB e PMN passaram a apoiar o deputado. O PSDB não participou da reunião, enquanto PT, PC do B, PPS, PDT e PSOL se opuseram à permanência do pastor.
Para o PSC, a vinculação do caso de Feliciano com os políticos condenados pelo mensalão tira os argumentos do PT contra a presidência de Feliciano na Comissão de Direitos Humanos. O líder do PT, José Guimarães (CE), irmão de Genoino, disse em nota que não responderia às “provocações” de Feliciano.
O ataque ao PT vem um dia após as ministras Maria do Rosário, dos Direitos Humanos, e Luiza Bairros, da Igualdade Racial, terem criticado o pastor. Ele rebateu as declarações dizendo que “é um elogio ela (Maria do Rosário) falar mal de mim. Ela é a favor do aborto e outras coisas, é um elogio. A outra (Luiza Bairros) eu nem conheço, não posso falar.” Ontem, Bairros assinou moção de repúdio contra o deputado.
Feliciano proíbe a presença de manifestantes e suspende sessão
Após a reunião de ontem, Feliciano prometeu abrir as reuniões da comissão ao público novamente, mas nesta quarta-feira (10) ele optou por suspender a sessão e proibir a presença de manifestantes.
Durante a sessão, houve “tumulto” entre manifestantes que defendiam Feliciano e contrários ao pastor. O grupo que apoiava o deputado teve direito a cadeiras no plenário sem passar por triagem, ao contrário dos ativistas, apesar destes estarem em menor número. Trinta pessoas defendendo Feliciano, quase todos da Assembleia de Deus do Gama (DF) e 12 manifestantes que pediam a renúncia do pastor ficaram dentro da sala. Porém, após confusões entre os dois grupos, o presidente da comissão optou por transferir a sessão do plenário 9 para o plenário 1 e voltou a impedir a presença dos manifestantes.
Após a reunião do Partido Social Cristão (PSC), Feliciano prometeu a Henrique Eduardo Alves que não voltará a falar de política durante cultos religiosos. “Para o bem e para o bom andamento da casa, eu disse (aos líderes) que nos cultos não tocarei em assuntos de política. Culto é para falar de Jesus Cristo”, disse o pastor.
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