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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Rádio ATÉIA - Música: O fabuloso ERNESTO CORTAZAR

Almoço com as Estrelas, amanhã, desta feita no Lira Tênis Club

A partir das 12 hs, com presenças ilustres asseguradas, como garante a Confraria.


 



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A música será, mais uma vez, do competente Zequinha (conhecido tecladista/cantor da cidade).
Vamos prestigiar o amigo Beto Laus

E, por falar em estrelas e música, ouça:









Rádio ATÉIA - Só músicas (remelexo)

Celebridades estão aderindo a culto satânico







Jornal Daily Mail investiga crescimento da OTO entre famosos


por Jarbas Aragão





 
Celebridades estão aderindo a culto satânico

Embora a Cientologia, que tem entre seus mais famosos adeptos os atores Tom Cruise e John Travolta, tenta se consolidar coma a religião das celebridades, segundo o jornal Daily Mail ela está perdendo terreno para a OTO.

A sigla é uma abreviação de Ordo Templi Orientis [Ordem do Templo Oriental], uma seita fundada no fim século 19, na Alemanha ou na Áustria. Seu fundador é um mistério, mas os mais prováveis seriam o empresário austríaco Carl Kellner, ou Franz Hartmann e Henry Klein. Ela se tornou mais conhecida pelos escritos por Aleister Crowley. Entre as práticas religiosas de seus seguidores estão rituais sexuais sadomasoquistas com homens e mulheres e uso de drogas pesadas, como ópio, cocaína, heroína e mescalina.

Jimmy Page, guitarrista da banda Led Zeppelin, o rapper Jay-Z e socialite Peaches Geldof, seriam as celebridades que seguem esse culto satânico. Page participaria habitualmente de rituais de magia negra e chegou a comprar a casa onde Crowley viveu, às margens do Lago Ness, na Escócia. Jay-Z estaria usando símbolos da OTO em sua linha de roupas, Rocawear, usadas por Rihanna, por exemplo. E a socialite Peaches, exibe agora no antebraço direito uma tatuagem com as iniciais OTO dentro de um coração. Pelo Twitter, milhares de seus seguidores ficaram sabendo que ela é uma seguidora e recomendou que eles lessem o material de Crowley.

O profeta Crowley, como ficou conhecido, nasceu em uma rica família inglesa em 1875. Ele denominou-se como “a Grande Besta do 666″. Por ocasião de sua morte, em 1947, foi chamado de “o pior homem do mundo”. Seu lema (e da OTO) é “Faze o que tu queres”, frase muito similar ao lema de Anthony LaVey, que escreveu a Bíblia Satânica em 1969.

Se a maioria das pessoas disserem que nunca ouviram falar da OTO, esse é justamente um dos objetivos da seita, que prefere ficar restrita. Muitos de seus símbolos e nomenclaturas são parecidas com os usados pela maçonaria. O líder do grupo no Reino Unido é John Bonner, de 62 anos. Ele disse ao Daily Mail que a OTO não deseja ter apelo popular. Disse apenas: “No Reino Unido somos centenas. No mundo, milhares”.


Ted Gundersen, um ex-agente do FBI que investigou grupos satânicos em Los Angeles, descobriu que os ensinamentos de Crowley sobre invocação de demônios necessitavam de sacrifício humano, de preferência de jovens.

Bonner nega os excessos, ressaltando que a sua é a única religião que estimula as pessoas a serem quem são, fazerem o que bem quiser, sem regras. Possivelmente esse seja um grande atrativo para as celebridades, que vivem vigiadas pela mídia.

Segundo a página da OTO no Brasil, também chamada de Ordem dos Templários Orientais, seu objetivo é “o engrandecimento do Ser Humano e à consagração de sua Liberdade, através do seu avanço em Luz, Sabedoria, Entendimento, Conhecimento e Poder. A O.T.O. trabalha dentro dos princípios da Lei de Thelema, como consta na revelação do Livro da Lei, a fim de fundar as bases de uma Irmandade Universal por meio da Beleza, Coragem e Inteligência”.


Com informações Daily Mail e OTO BR,via GOSPEL PRIME

Bombardeios destroem mesquita de 900 anos na Síria




Fotos: A Grande Mesquita de Aleppo depois da guerra, em foto divulgada nesta quarta-feira, e antes, em foto de 2010. AP e Wikipedia

A guerra entre os rebeldes sírios e as forças leais ao governo do ditador Bashar Al-Assad, que já matou mais de 70 mil pessoas em dois anos, também está ameaçando monumentos religiosos da Síria. Imagens divulgadas nesta quarta-feira (24) por uma central de notícias de Aleppo mostram que bombardeios destruíram a Grande Mesquita de Aleppo, construída no século XII e considerada Patrimônio Mundial pela Unesco.

Segundo a rede de TV Al Jazeera, a mesquita está nas mãos dos rebeldes desde o começo do ano. Os rebeldes dizem que tanques do regime sírio dispararam propositalmente contra o minarete da mesquita. Já a agência estatal de notícias disse que o minarete foi destruído por um grupo sunita ligado a al-Qaeda chamado Jabhat al-Nusra.
A mesquita está sob controle dos rebeldes, mas toda a região ao redor é disputada, e tropas do governo estão estacionadas a menos de 200 metros da construção. A guerra civil coloca em perigo diversos monumentos históricos. Tanto rebeldes quanto forças do governo usam prédios históricos como quartéis-generais, e ladrões saquearam museus em todo o país.

No ano passado, a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, já demonstrava preocupação com os monumentos históricos ameaçados pelo aumento da violência no país. “Estou profundamente angustiada com as notícias diárias sobre o sofrimento humano extremo e a escalada no dano ao patrimônio cultural em todo o país. A Grande Mesquita de Aleppo, o coração da vida religiosa da cidade, uma das mais belas mesquitas do mundo muçulmano, está severamente ameaçada”, disse, em março de 2012.

Foto: Imagem de 6 março de 2013 mostra Mesquita bastante danificada, mas com o minarete ainda em pé. Segundo a Agência AP, minarete foi destruído nesta quarta-feira (24). Aleppo Media Center/AP

Fonte: ÉPOCA

Rádio ATÉIA - Liah Soares (Delícia!!!)

De Ratones para o mundo


Suave, sem ser chata, com um apoio instrumental adequado e muito agradável. 







Os holocaustos

Foram-se para o além nada menos que 6 milhões de empregos, em terras hispânicas.
O número lembra aquele que os judeus atribuem às vítimas do nazismo, por ocasião do que os hebreus referem como "Shoa".
Há um simbolismo, uma identificação com sacrifício. 
Menos mal para os espanhóis que as perdas são de empregos, que podem ser recuperados e não de pessoas, como aquelas que foram vítimas de outro monstruoso holocausto de pessoas promovidas pelos hispânicos aqui pela América: o morticínio dos íncolas.
Segundo historiadores, em menos de 100 anos de dominação portuguesa e espanhola, ocorreu um genocídio de mais de 80 milhões de indivíduos ameríndios.
Curioso é que pouco se lamenta tal absurdo, ao contrário do que ocorre com a morte dos 6 milhões de judeus durante a Segunda Guerra e a gora com a eliminação de 6 milhões de postos de trabalho.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Rádio ATÉIA - Só música


De Ratones para o mundo                        

                             


  




NORTE DA ILHA RECEBEU HOJE VARA DA FAMÍLIA E ÓRFÃOS COM ESTRUTURA 100% DIGITAL


O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Cláudio Barreto Dutra, instala nesta quarta-feira (24/4), às 16 horas, mais uma vara da família na comarca da Capital, desta feita na localidade de Santo Antônio de Lisboa. Ela funcionará anexa ao Juizado Especial daquele distrito, ao lado do Terminal Urbano, próximo ao campus do Cesusc. 

A competência dessa nova unidade, que se chamará oficialmente de Vara da Família e Órfãos, abrangerá os territórios dos distritos de Ratones, Santo Antônio de Lisboa, Canasvieiras (Ponta Grossa, Lamin e as praias do Pontal, Jurerê, Forte e Canasvieiras), Cachoeira do Bom Jesus, Ingleses do Rio Vermelho e São João do Rio Vermelho, além dos bairros Monte Verde e Saco Grande. 

A vara, cujo titular será o juiz Cyd Carlos da Silveira, nasce 100% digital e funcionará desde seu primeiro dia completamente “sem papel”. Sua formatação digital foi decisiva para a instalação neste momento, pois permitiu superar dificuldades de espaço físico para garantir atendimento mais próximo à população do norte da Ilha. 

Ela inicia com carga processual de 2,4 mil ações. Todos os processos transferidos da 1ª e da 2ª Vara de Família do Fórum Eduardo Luz, além dos processos de família que já tramitavam no Juizado de Santo Antônio de Lisboa, que passam a integrar seu acervo, estão em conversão para o formato digital.

O quadro de servidores passou por recente treinamento. Os setores de Contadoria e Distribuição do Fórum do Norte da Ilha, cujo diretor é o juiz João Alexandre Dobrowolski Neto, foram reforçados. Outro diferencial da nova unidade diz respeito à distribuição física dos seus colaboradores. 

Enquanto magistrado e servidores responsáveis pelo atendimento direto à população ficarão em Santo Antônio, a equipe que administrará a tramitação dos processos digitais estará em outro endereço, nos moldes dos cartórios remotos que já operam no Estado. “A intenção é agregar tecnologia e métodos modernos de administração para otimizar resultados e garantir a melhor utilização dos recursos públicos”, explica o presidente do TJ.

Com relação às "unidades-mãe" (1ª e 2ª Varas da Família), houve intenso trabalho da Secretaria Executiva da Diretoria-Geral Administrativa, que resultou na redução de processos em tramitação, treinamento "in loco" das equipes e orientação de clima organizacional pela Diretoria de Recursos Humanos. 

Além de liberados de 2,4 mil processos, os cartórios das duas unidades foram saneados, com redução do acervo remanescente. O projeto foi coordenado pela Assessoria de Planejamento do Gabinete da Presidência. A instalação da nova vara atende a pedido da OAB/SC, explica o juiz André Alexandre Happke, assessor especial da Presidência.

Fonte: PORTAL DO TJ/SC

MEAT SHOP - PROGRAMAÇÃO



Encabezado Meatshop ReservasAmanhã, Quinta-feira 25 de Abril - 20:30 horas
Noite Latino Americana com Ana Negrello e Bira Costa

Ana Negrello, Cantante
A cantora e violonista Ana Negrello, acompanhada pelo
percursionista Bira Costa nos levarão por uma inesquecível
viagem musical pelos mais belos temas do
Cancioneiro Latino Americano.

Valor por pessoa (Jantar + Show) R$ 6
o,oo
.

Cardápio

Entrada
Linguiças Artesanais Meat Shop

Carnes 
Vazio, Matambre recheado,Ojo de Bife, Costela,Maminha, 
Bife de Chorizo e Entrecot Suíno

Acompanhamentos
Saladas, Arroz de Carreteiro, Batatas Rústicas,Molho 
Chimichurri, Salsa Criolla e Legumes Grelhados

Sobremesas
Pudim de Leite Condensado, Mousse de Dulce de Leche, 
Mousse de Goiaba e Suprema de Frutos do Bosque
Rod. SC 401, 10.954, 1,5 km após trevo de Santo Antônio – Florianópolis

Garanta já sua reserva! (48) 3234-9548 / (48) 9971-8299
 Endereço de Meat Shop Grill

Cavalgada da Paz reuniu cerca de mil tradicionalistas em São José(SC)



Encontro lançou oficialmente um dos maiores rodeios do país
 

Cerca de mil tradicionalistas participaram hoje (21) da Cavalgada da Paz do CTG 



Os Praianos, em São José, Grande Florianópolis (SC). O sereno nem tinha levantado, quando os primeiros participantes já estavam na sede da entidade, encilhando os cavalos. Os amigos Murilo Muller, de 14 anos, da Enseada de Brito, e Murilo Souza de Freitas, de sete anos, da Praia de Fora, tomaram às 07h30, na Rancho Campeiro do CTG, o café da manhã, que foi servido aos tradicionalistas antes da cavalgada. Murilo Muller veio com o avô, Genésio, de 70 anos, e Murilo Freitas, veio com o pai, Marcelo. Às 06h, eles embarcaram no caminhão os cavalos, Queimado e Mancha, e a égua Morena, e rumaram com destino ao CTG. Juntando-se a eles, outros que pela primeira vez estavam participando da cavalgada dos Praianos, como Andreia Pacheco, de Forquilhinhas, que estava acompanhando seu esposo, Claudinei Freitas, e muitos veteranos, como Anderson Albanaes.

Às 09h, o patrão do CTG Os Praianos, David Gevaerd, reuniu todos os tradicionalistas na cancha de rodeio e frisou a importância da cavalgada, que neste ano chegou a 41ª edição, pelo seu cunho cultural, e especialmente por coincidir neste ano com o Dia Mundial da Paz no Trânsito. “De forma pacífica, daremos uma demonstração que a cultura de nossas raízes pode conviver com o progresso, respeitando a vida de cada cidadão no trânsito”. Acompanhados pela cavalaria montada da Polícia Militar, os tradicionalistas percorreram 15 quilômetros das ruas de São José, sem nenhum incidente, atraindo a atenção dos moradores e motoristas que circulavam pela região.

Enquanto ocorria a cavalgada, dez pessoas cuidavam de preparar um carreteiro de charque para o almoço dos tradicionalistas e suas famílias, além dos visitantes que foram passar o dia no CTG. Segundo Juarez Burda, coordenador de invernada artística do CTG, 20 quilos de arroz, 30 quilos de charque, dez quilos de calabresa, 15 quilos de tomate e dez quilos de cebola foram necessários para o carreteiro. O trabalho dos cozinheiros iniciou um dia antes, para preparar o molho. Foram oito horas de trabalho picando a calabresa, os tomates e a cebola.

A tradicional cavalgada lançou oficialmente o 41º Rodeio Nacional e 12º Rodeio Internacional do CTG Os Praianos que acontece de 30 de abril a cinco de maio. A programação completa e mais informações do evento podem ser encontradas no site www.ctgospraianos.com.br

De instância moral a sonegador de impostos




FUTEBOL



Um dirigente esportivo sonega milhões em impostos e causa estragos também na imagem de aliados, entre eles políticos do primeiro escalão. Cinco meses antes das eleições, caso Uli Hoeness ganha peso político na Alemanha.

O presidente do Bayern de Munique, Uli Hoeness, se autodenunciou. Dessa forma, admitiu a sonegação de impostos por meio de uma conta na Suíça. A imprensa alemã especula no momento sobre o possível montante sonegado, que deve chegar a vários milhões de euros.

O caso vem provocando um grande debate na opinião pública e virou tema da campanha eleitoral para a chancelaria federal, em Berlim. E existem vários motivos para isso.

Hoeness é ex-jogador da seleção alemã de futebol e, como presidente do Bayern de Munique, não é um dirigente esportivo qualquer. Ele é o rosto do clube mais poderoso e bem-sucedido da Alemanha.

Natural de Ulm, o empresário de 61 anos marcou o futebol alemão como ninguém. Ele transformou o Bayern de Munique num clube mundialmente conhecido e financeiramente robusto – a obra da sua vida, como ele mesmo diz.

E, atualmente, a equipe passa por uma das melhores fases da sua história. O time ganha um jogo após o outro e merecidamente, o que também provoca muita inveja. Outros clubes europeus só podem sonhar com um faturamento de 350 milhões de euros. Nesta terça-feira (23/04), o Bayern enfrenta o Barcelona pela Liga dos Campeões, um duelo de titãs no mundo do futebol.

Boas ações e proximidade de políticos

No passado, a torcida do Bayern já demonstrou apoio incondicional: "Nós somos Uli", diz a faixa, em bávaro

Além disso, Hoeness é visto como alguém que diz o que pensa e uma pessoa socialmente engajada. Ele doou milhões de euros a instituições sociais e incentivou outras pessoas a fazerem o mesmo.

Hoeness ajudou até mesmo equipes concorrentes a superar gargalos financeiros, como o St. Pauli, o Borussia Dortmund e o Alemannia Aachen, através de jogos beneficentes. Também ajudou profissionais do futebol a enfrentar problemas pessoais, como Gerd Müller, que sofria de alcoolismo, e Sebastian Deisler, que sofria de depressão.

"Para muitos, Hoeness era um exemplo e um interessante interlocutor", disse a presidente da Comissão de Esportes do Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão), Dagmar Freitag. Políticos gostavam de ser vistos ao lado dele, e Hoeness, por sua vez, apreciava que a opinião pública percebesse sua proximidade com a política, lembrou Freitag.

Queda do alto

 
Horst Seehofer, governador da Baviera, e Uli Hoeness

Por seu engajamento, Hoeness angariou grande reconhecimento popular. Além de importantes condecorações esportivas, em 2010 ele recebeu o "Prêmio de Coragem Civil" da fundação Bündnis für Kinder (Liga para a Criança). Em agosto de 2012, foi-lhe outorgada a medalha do estado da Baviera por seus méritos sociais. A presença pública de Hoeness cresceu, ele era um assíduo convidado em palestras e talk shows. Sublinhando muitas vezes sua honestidade como homem de negócios, contribuiu assim para montar uma imagem de pessoa honrada. "Eu sei que pode parecer bobagem, mas pago todos os impostos", afirmou em 2005 ao jornal Bild.

Há dois anos, ele declarou na revista de economia Brandeins: "Naturalmente, eu quero ter sucesso, mas não a qualquer preço. Quando se trata de dinheiro, às vezes é preciso estar satisfeito." Além disso, Hoeness exigiu vigorosamente do presidente da Fifa, Sepp Blatter, que combatesse a corrupção na organização.

O caso Hoeness aquece a campanha política

 
Freitag diz que, para muitos, Hoeness era um exemplo

Justamente pelo fato de Hoeness ser tão popular entre os políticos é que, agora, devido ao caso de sonegação de impostos, tantos se afastam dele. No entanto, o escândalo em torno dele forneceu sobretudo à oposição munição para a campanha eleitoral que se aproxima, aquecendo assim o debate em torno do tratamento a ser dado a sonegadores fiscais.

Pois o presidente do Bayern de Munique também admitiu em sua declaração de culpa, publicada pela revista Focus, que inicialmente pretendia resolver a questão através do acordo fiscal entre a Alemanha e a Suíça, proposto pelos partidos da coalizão conservadora-liberal em Berlim.

O acordo permitiria aos sonegadores alemães acertarem suas contas com o fisco sem temer um processo judicial e mantendo o anonimato, mas foi barrado no Bundesrat, câmara alta do Parlamento alemão, pelos partidos da oposição – Partido Social Democrático (SPD) e Partido Verde – no final do ano passado. Sem acordo, Hoeness disse que optou pela autodenúncia.

 
Angela Merkel se disse decepcionada com Hoeness

Agora, numerosos representantes da oposição acusam o governo de coalizão dos partidos conservadores União Democrata Cristã/União Social Cristã (CDU/CSU) e Partido Liberal Democrata (FDP) de querer proteger sonegadores fiscais com o acordo.

Os partidos do governo, por sua vez, veem a crítica como uma manobra eleitoral. A presidente da bancada da CSU no Bundestag, Gerda Hasselfeldt, declarou à emissora pública ARD que a sonegação de impostos não é um delito de pouca importância. Mas "se os social-democratas não têm ideia melhor nessa disputa eleitoral do que utilizar uma questão de cunho pessoal para atacar a CSU, então isso é um atestado de pobreza", completou a política.

O governo defende o fracassado acordo fiscal com a Suíça com a explicação de que, assim, um número bem maior de sonegadores poderia ser identificado em comparação com a perseguição individual. A oposição contesta essa argumentação.

Para a deputada social-democrata Freitag, sonegadores não devem escapar da perseguição judicial. Se o acordo fiscal tivesse sido aprovado, Hoeness poderia ter mantido sua reputação como instância moral, porque seu procedimento teria permanecido secreto. "Mas alguém que ludibriou claramente o seu país não pode mais ser visto como um modelo", disse.

O caso causou também um dano de imagem à chefe alemã de governo, Angela Merkel, da CDU. Merkel gostava de se exibir ao lado de Hoeness. Eles se encontraram pela última vez no ano passado, quando a chanceler federal assumiu o patronato de uma campanha em prol da integração de estrangeiros, realizada durante uma rodada da Bundesliga. Hoeness e o Bayern de Munique haviam apoiado o evento. Agora, Merkel declarou estar decepcionada com Hoeness.

Também a CSU fica com a imagem arranhada, e tem agora de resolver como lidar com um dos seus apoiadores mais conhecidos. O dirigente futebolístico sempre reiterou claramente sua simpatia pelos social-cristãos.

DW.DE

ECONOMIA - Alemães bebem cada vez menos cerveja

Enquanto por aqui promove-se as Oktoberfest no afã de estimular novos bebedores, em benefício da indústria do vício alcoólico e temos idiotas que entendem que aquele que "não enche os cornos" não é macho, lá o consumo se retrai.

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Consumo de cerveja per capita caiu de 151 para 107 litros, em menos de 40 anos. São mais de 1.300 cervejarias e parte delas já sofre queda no faturamento. Fábricas menores apostam em qualidade – e design.

Uma das primeiras coisas que vêm à cabeça quando se fala da Alemanha é cerveja. A associação não vem à toa: as cerca de 1.340 fábricas de cerveja alemãs movimentam quase 7,6 bilhões de euros por ano, e o país ostenta milhares de marcas, que se diferenciam pela cor, sabor, teor alcoólico.

A fama se mantém, mas a sede dos alemães por cerveja já não é mais a mesma. O país tem capacidades para produzir 150 milhões de hectolitros, porém em 2012 limitou-se a 98 milhões. Há alguns anos, os fabricantes de cerveja enfrentam uma contínua queda nas vendas: em 1976, cada alemão consumia 151 litros de cerveja por ano, número que caiu para 107 litros em 2012. E a tendência é descendente.
Moritz Fiege, em Bochum, produz anualmente mais de 1 milhão de litros de cerveja

Pequenas e médias empresas mais afetadas

Até mesmo as cinco maiores fabricantes da Alemanha, que dominam quase 70% do mercado, estão sob pressão. A previsão da Federação dos Fabricantes de Cerveja Alemães é que, das 1.340 fábricas do país, a maioria das pequenas e médias não conseguirá sobreviver ao inevitável processo de concentração de mercado.

A fábrica de cerveja Moritz Fiege, na cidade de Bochum, existe há 135 anos e produz anualmente 140 mil hectolitros. De porte médio, a empresa ainda não sentiu os efeitos da diminuição do consumo. "Mas o processo de concentração de mercado é evidente em toda a parte", registra o proprietário da fábrica, Hugo Fiege.

Além de os consumidores beberem menos cervejas, um outro fator dificulta muito a situação das cervejarias, principalmente das pequenas e médias: a concorrência entre os supermercados, que frequentemente colocam cervejas em promoção para atrair clientes.

Para Fiege, essa "desvalorização" do produto também é um motivo para que a cerveja se torne menos atrativa para o consumidor, que consequentemente, bebe menos.

Regionalização

Para driblar uma possível crise, algumas fábricas de cerveja têm definido novas estratégias, que focam no mercado regional. O proprietário da Moritz Fiege diz que a estratégia não é lucrar com a produção em larga escala, mas obtendo um valor condizente com a qualidade do produto oferecido.

Além disso, ele aposta no mercado regional. "O Vale do Rio Ruhr é grande o suficiente para nós. Aqui tem muita gente, ainda temos um bom mercado para o próximo ano", diz Fiege.

Parte da estratégia está nos detalhes: não importa apenas o que vem dentro da garrafa, mas também a aparência. A filosofia da empresa é que a cerveja deve ser degustada, e não ingerida rapidamente. Também por isso as cervejas da Moritz Fiege vêm em garrafas de cápsula – que faz um barulho semelhante ao abrir uma champagne. Assim o consumidor sabe que está diante de um produto diferenciado, de produção quase artesanal, e o barulho que a garrafa faz ao ser aberta antecipa o prazer da degustação.

Segredo da boa cerveja

Dez tipos de cervejas estão na linha de produtos da Moritz Fiege, entre elas cerveja do tipo alt (típica da região de Düsseldorf), cerveja sem álcool, radler (misturada com refrigerante) ou de trigo. Apesar da variedade, a cerveja clássica, a pilsen, ainda é a preferida, abrangendo cerca de 60% da produção.

Na Alemanha existem os mais variados tipos da bebida

A moda de misturar cerveja com outras bebidas, como refrigerantes, tem atraído cada vez mais os jovens, mas não agrada muito aos fabricantes tradicionais de cerveja, como Hugo Fiege. Ele acredita que a cerveja já tem propriedades suficientes para originar diferentes sabores, e não precisa ser misturada.

Boa qualidade, naturalmente, tem seu preço. Para quem entende do assunto, uma boa cerveja precisa de tempo até chegar à garrafa. O mestre-cervejeiro da Moritz Fiege, Mark Zinkler, comenta que as grandes cervejarias precisam de apenas uma semana para que a cerveja fique pronta, enquanto que, no caso dele, são necessárias de seis a oito semanas. Por isso, garante, ela não pesa no estômago como outras cervejas.

DW.DE

LIVRE CONCORRÊNCIA - MP/MG ajuizou Ação Civil Pública contra regras da OAB


Por Pedro Canário



O Ministério Público de Minas Gerais ajuizou Ação Civil Pública contra algumas definições administrativas do Conselho Federal da OAB. De acordo com a acusação, a vedação da OAB a advogados fazerem propaganda, se associarem em cooperativas ou criarem ONGs para prestar assistência jurídica gratuita são regras administrativas e tratam de matéria que só poderiam ser tratadas em lei. Ferem, portanto, o princípio da legalidade. Além disso, diz a ACP, afrontam o princípio da livre concorrência e por isso são inconstitucionais.

A ação, assinada pelo promotor de Justiça em Araguari André Luis Alves de Melo, afirma que o Conselho Federal da OAB tem a função de regulamentar a atividade dos advogados de acordo com o Estatuto da OAB e com os princípios constitucionais. O problema, segundo o promotor, é que, ao editar um Código de Ética, criou obrigações e vedou determinadas práticas, extravasando seu papel institucional. Na argumentação da ação, a OAB passou a agir como legisladora, o que é vedado a entidades de classe e autarquias.

O principal exemplo da tese da ACP é a tabela de honorários. Para o promotor, a OAB pune os advogados que cobrarem honorários abaixo do que ficou fixado pela sua tabela. A prática, para André Melo, é formação de cartel: “Se 80% da população recebe menos de dois salários mínimos mensais e a Defensoria atende sem comprovar a carência, quando a OAB fixa uma tabela de honorários mínimos, acaba por excluir o advogado do mercado e impor o fechamento de muitos escritórios”, escreveu o procurador.

De graça
A Ação Civil Pública também ataca a vedação da OAB à prática da advocacia voluntária gratuita, oupro bono. No entendimento do MP de Minas, a proibição “viola os direitos fundamentais de solidariedade”. “Não se pode obrigar alguém trabalhar gratuitamente, mas não se pode proibir”, diz a ACP.

O principal argumento da OAB contra a advocacia pro bono é que ela pode ser usada para práticas de mercado desleais, como captação de clientes, ou para conseguir vantagem competitiva indevida. O Conselho Federal da OAB nunca regulamentou a questão, mas a vem combatendo por meio de seus tribunais de ética, conforme mostrou reportagem da ConJur.

Apenas as OABs de São Paulo e de Alagoas têm regras para tratar da advocacia pro bono. E são restritivas. Permitem a advogados trabalharem de graça apenas para pessoas jurídicas sem fins lucrativos e que “comprovadamente” não possam pagar.

Para o promotor André Melo, “afirmar que a advocacia em associações civis sem fins lucrativos é mercantilização é inverter a lógica do conceito, pois a advocacia tem função social e ninguém pode ser proibido de atender gratuitamente, como fizeram ao vedar a advocacia pro bono para pessoas físicas”.

Direito à informação
A Ação Civil Pública também ataca o Provimento 94/2000 do Conselho Federal da OAB. A regra proíbe advogados de fazerem propaganda em meios de comunicação de massa, como rádios, canais de televisão, revistas e sites.

Para André Melo, a vedação é proibir os advogados de exercer seus direitos à liberdade de informação. A OAB também afirma que as formas de propaganda de massa são formas disfarçadas de captação de clientela. Mas, na opinião do promotor, ao fazer isso, o Conselho Federal da OAB presume a má-fé de seus associados.

“Por exemplo, não se pode presumir que publicidade na TV ou Rádio capta clientela, pois é direito fundamental de informação. Não pode a OAB impedir uso de veículo de comunicação, mas apenas conter eventuais abusos comprovados caso a caso. A má-fé não se presume, uma vez que deve ser provada. Ademais, a lei não veda o uso de rádio e TV, logo não pode a OAB legislar para vedar.”

*Texto alterado às 12h54 da quarta-feira (24/4) para correção de informações.


Clique aqui para ler a Ação Civil Pública.


Pedro Canário é repórter da revista Consultor Jurídico.


Revista Consultor Jurídico, 24 de abril de 2013

Rádio ATÉIA - Música/DAVID GARRET (Violino)

Rádio ATÉIA - Só música






Aquela mesma canção gravada por AMY WINEHOUSE, MICHAEL BOUBLÉ e outros tantos expoentes da música internacional.


Música - Entrevista com ED MOTTA, que sabe do que fala


Para Ed Motta, "a ruindade musical é mundial"; ouça nova faixa
Cantor fala sobre o novo disco e diz que álbum deve ser ouvido "dentro de um carro conversível passando por coqueiros pelo Rio, Miami e Havaí"

Susan Souza , iG São Paulo | 24/04/2013 06:00:01

Ed Motta é um ávido colecionador de música, com quase 30 mil discos em seu acervo
À própria discografia, ele acrescenta agora mais um disco, "AOR", o 10º da carreira, que foi lançado nesta semana. Crítico observador do cenário musical, o cantor afirma em entrevista ao iG que "a música passa por um hiato criativo" e que a "ruindade musical não é exclusividade do Brasil, mas mundial".


Ed Motta lança "AOR". Foto: Divulgação


Sobrinho de Tim Maia, por quem ele diz não ter sido influenciado, Ed foca "AOR" em "músicas adulto-contemporâneas", relacionadas ao termo "Adult Oriented Rock" ("Rock Orientado a Adultos" em tradução livre), cunhado pelas rádios norte-americanas dos anos 1970. "É um álbum para ser ouvido dentro de um carro conversível passando por muitos coqueiros pelo Rio de Janeiro, Los Angeles, Miami, Havaí", descreve.

O artista de 41 anos entrou na mira dos internautas quando usou o Facebook, em 2011, para publicar controversas frases sobre a beleza do povo brasileiro. Na época, aspas como "mulher feia tem que cantar igual Sarah Vaughan, se não eu não tenho tempo hahaha!" incomodaram várias pessoas.

Ouça abaixo a música "S.O.S. Amor" e leia a entrevista de Ed Motta ao iG .

iG: O nome do novo disco, "AOR", é um termo que classifica música para adultos. Isso indicaria que este trabalho não é para jovens? 
Ed Motta: Acho que não. Na verdade, esse é um tipo de música com uma nomenclatura que não é tão conhecida, mas que no Brasil toca em rádio o tempo inteiro, nas chamadas "rádios adultas contemporâneas", as "AOR". Mas isso não impede que os jovens ouçam. Existe um movimento muito forte de AOR na Escandinávia e são todos muito jovens. Eu tenho um grupo no Facebook de "AOR" há uns quatro anos e há muitos jovens ali que não são europeus, mas brasileiros. Fiquei surpreso de ver os jovens inteirados nisso.

iG: Você já pensou em fazer músicas baseadas nas reações negativas dos internautas aos seus posts no Facebook? 
Ed Motta: Não. Na verdade, isso fica na vida da gente, são coisas que a gente aprende com os erros. A minha música é estritamente musical. A mensagem dela é essa, meu discurso é de música o tempo inteiro. É uma ode ao abstracionismo, e no momento eu gostaria que minha música não fosse um retrato da realidade, mas sim do abstrato, não teria resposta com nada de pragmático.

Reprodução
A capa do disco 'AOR', de Ed Motta



iG: O uso que você faz da internet está mais reservado? 
Ed Motta: Eu uso muito a internet, sou viciado nela e desde que o computador entrou em casa foi uma revolução para mim. A grande coisa que faço com a internet são minhas páginas de Facebook e Twitter, ouço rádios online, busco milhares de informações sobre muitos assuntos. A Isso tem muito mais peso e relevância do que qualquer outra coisa.


iG: Você já declarou que os artistas da nova MPB precisavam frequentar o conservatório. Nada te agrada no cenário atual? 
Ed Motta: Essa exclusividade de ruindade musical não é do Brasil, ela é mundial. A música passa por um hiato criativo mundial, mas tem artistas que fazem coisas relevantes dentro do universo de música. Tem um cara do Espírito Santo que lançou um disco semana passada na Europa, e que deve sair no Brasil, que se chama Lucas Arruda. Essa é a grande novidade para mim. Ele é multi-instrumentista, jovem e tem uma competência absurda. Ele é a antítese dessa geração que está aí falando coisas em um discurso incompetente. O Lucas Arruda é brilhante, para mim, é o disco de 2013.

iG: E você tem prestado atenção em mais alguém? 
Ed Motta: Atenção eu sempre presto, mas, de resto, mais me assusta do que qualquer outra coisa (risos).

iG: Você também é conhecido por sua vasta coleção de discos. Que artistas ou gêneros musicais jamais fariam parte dela? 
Ed Motta: São quase 30 mil discos. Minha coleção é baseada em música dos anos 1980 para baixo, entre os anos 1930 e 1980. Talvez o que não entre seja dos 1990, porque não sou muito interessado. Mesmo os artistas de jazz que eu gosto eu não escuto muito os discos novos deles, é raro. Mas o Donald Fagen, do Steely Dan, é um cara que eu sempre acompanho. O (violonista brasileiro) Guinga também. Quando tem disco novo do Guinga eu saio correndo até a loja para comprar. Antes de ele escutar, eu já estou ouvindo o disco em casa.

iG: Com tantos discos não deve dar tempo de ouvir mais novidades... 
Ed Motta: Quando você é um colecionador de discos, ficar ouvindo coisa nova é insanidade, não tem lógica. A novidade para mim é um disco antigo chegando pelos Correios, o novo para mim sempre foi a coisa mais antiga do mundo! Isso talvez seja decorrente de eu ser colecionador. Sempre disse: "Se tinha uma coisa que não era moderno, era o moderno". Mas, enfim, eu não posso reclamar de nada, a resposta do disco novo está sendo ótima, eu reclamo mesmo é porque eu sou ranzinza.

iG: Voce se considera um reclamão? 
Ed Motta: Para caramba, reclamar é o tempo inteiro (risos).

iG: O que mais tira você do sério? 
Ed Motta: Olha, o que me tira do sério é sempre alguma coisa que faça mal à arte. Sou obcecado por arte, eu sou um soldado da arte, e sou meio louco com quem faz mal a ela, meio homem-bomba. Sou capaz de jogar o meu corpo cheio de bombas para que não existisse mais aquilo (risos).

iG: No começo da sua carreira ligavam muito o seu nome ao de Tim Maia, seu tio. Isso ainda é frequente? 
Ed Motta: Não, mas isso é natural que aconteça, é uma coisa histórica, está no sangue da família.

iG: As músicas dele já foram referência? 
Ed Motta: Nunca foram. Eu sempre achei muito bom, mas nunca foi coisa que me espelhei para fazer absolutamente nada. Sempre fui muito mais ligado ao Cassiano (cantor e guitarrista paraibano considerado como o precursor da soul music brasileira e cuja primeira coletânea Ed Motta organizou).
    Fonte: O GLOBO

    Genocídio armênio deve ser reconhecido mundialmente






    "1915. Nunca mais," - reza o cartaz na foto 
    © Flickr.com/☆poreek☆/сс-by


    O Dia da Memória das Vítimas de Genocídio Armênio é assinalado anualmente em 24 de abril. Naquele dia em 1915, os melhores representantes da intelectualidade armênia foram lançados nas masmorras do Império Otomano: 800 professores, médicos, sacerdotes, escritores, pintores e personalidades públicas tornaram-se as primeiras vítimas de repressões. A seguir, começou a matança e a deportação forçada de naturais da Armênia Ocidental.


    Os resultados do primeiro genocídio do século XX, organizado pelo partido turco União e Progresso, são monstruosos. Foram mortos um milhão e meio de armênios, isto é cerca de metade do povo armênio naquela altura. Só sobreviveram os armênios que viviam no Império Russo e os refugiados de origem armênia em terceiros países. Passaram quase 100 anos desde então e, durante todo este período, o povo armênio luta pelo reconhecimento e a condenação internacional do genocídio, diz o diretor do Instituto de Estudos Orientais da Academia Nacional de Ciências da Armênia, Ruben Safrastian:

    “Foi não apenas um crime contra o povo armênio, foi um crime contra toda a humanidade. O reconhecimento do genocídio pela comunidade mundial é importante não apenas do ponto de vista moral, porque restabelece a justiça, mas também para prevenir possíveis genocídios futuros”.

    A República da Turquia tem seguido durante toda a sua existência uma política de falsificação dos acontecimentos de 1915, continua Ruben Safrastian:

    “Infelizmente, esta política continua até hoje. Ao mesmo tempo, vimos nos últimos anos que na sociedade turca aparecem grupos de intelectuais, estudantes, cientistas que expressam opiniões diferentes da política oficial. Espero que, com o passar do tempo, o número de tais pessoas na Turquia cresça”.

    Os crimes contra o povo armênio que tiveram lugar no Império Otomano, devem ser dados a conhecer em várias línguas do mundo, aponta o diretor do Instituto de Pesquisas Políticas e Sociais da Região do Mar Negro e do Cáspio, Vladimir Zakharov:

    “Na Alemanha, França, Itália e em outros países estão arquivados materiais dedicados ao genocídio armênio, uma parte dos quais é publicada, inclusive em russo. Mas é necessário publicá-los também em inglês, para que o mundo possa sentir o horror daquilo que aconteceu no Império Otomano. Agora na Turquia prevalece a opinião de que teriam sido territórios abandonados por armênios. Não é verdade, ninguém os abandonou. Os armênios foram massacrados e deportados, muitos morreram pelo caminho. Já sou velho e ainda na infância ouvi histórias daqueles que sobreviveram ao genocídio. Meus vizinhos eram armênios. Eles contavam como conseguiram salvar-se e o que ocorreu em 1915. Conheço-o da boca de testemunhas”.

    O genocídio armênio é reconhecido oficialmente por 21 países do mundo, inclusive pela Rússia. 43 dos 50 estados americanos manifestam-se também pelo restabelecimento da justiça histórica. Entre as organizações internacionais que reconheceram o genocídio figuram a Comissão de Crimes Militares das Nações Unidas, o Parlamento Europeu e o Conselho Mundial de Igrejas.

    Fonte: VOZ DA RUSSIA

    PF pede quebra de sigilo do ‘faz-tudo’ de Lula e ouve operador do mensalão

    Valério prestou depoimento nessa terça-feira; no ano passado, ele afirmou a procuradores que depositou dinheiro na conta de empresa do amigo do ex-presidente para pagar despesas do petista
    24 de abril de 2013 | 0h 40

    Alana Rizzo - O Estado de S.Paulo


    BRASÍLIA - A Polícia Federal vai pedir a quebra do sigilo bancário de Freud Godoy, segurança e assessor pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A medida faz parte do inquérito instaurado para desvendar o caminho percorrido pelos recursos distribuídos no esquema do mensalão e é também um desdobramento do depoimento prestado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza à Procuradoria-Geral da República em setembro do ano passado. Valério afirmou que o mensalão bancou despesas pessoais de Lula. O ex-presidente afirma que é mentira.

    Ontem, Valério prestou novo depoimento à PF em Brasília. O operador do mensalão deixou a sede da polícia por volta das 16 horas. O inquérito aberto vai rastrear supostos repasses do mensalão para o ex-presidente. A PF também deve ouvir o auxiliar de Lula nos próximos 10 dias, em São Paulo.

    O pedido de quebra de sigilo de Godoy será encaminhado ainda nesta semana à Justiça Federal de Minas Gerais. No ano passado, Valério disse aos procuradores ter passado dinheiro para Lula arcar com "gastos pessoais" no início de 2003, quando o petista já havia assumido o Planalto. Os recursos foram depositados, segundo Valério, na conta da empresa de segurança Caso, de propriedade de Godoy, ex-assessor da Presidência e uma espécie de "faz-tudo" de Lula. O ex-presidente nega ter recebido dinheiro do esquema.

    Em 22 de fevereiro, o procurador da República Leonardo Augusto Santos Melo solicitou à PF que detalhasse o destino dos recursos do mensalão. No ofício encaminhado à Superintendência da PF em Minas, o procurador transcreveu trechos do depoimento de Marcos Valério e que foi revelado pelo Estado. Uma das grandes dificuldades da investigação será driblar a possível ausência de arquivos bancários anteriores a 2008. Normas do Banco Central indicam a obrigação de armazenamento pelo período de cinco anos, no mínimo.

    Além de Freud, a PF quer ter acesso aos dados bancários de outras 25 pessoas físicas e jurídicas que também receberam dinheiro das empresas de Valério, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 40 anos de prisão por envolvimento no mensalão.

    Ao todo, cerca de 200 pessoas e empresas foram beneficiárias dos negócios do operador do esquema. Parte dos dados já estão sendo periciados por uma equipe da Polícia Federal em Minas.

    Fonte: ESTADO DE SP

    terça-feira, 23 de abril de 2013

    A DEMOCRACIA DOS OUTROS



    (HD) - Vamos aceitar o fato de que a vitória de Nicolas Maduro sobre Henrique Capriles, domingo, na Venezuela, foi muito apertada. É preciso recordar as evidentes fraudes na Flórida, em favor de Bush, em 2000, e a decisão da Suprema Corte confirmando a sua espúria vitória – sem a devida recontagem dos votos. O governo norte-americano agora se nega a reconhecer o resultado do pleito na Venezuela e anuncia “consultas” com a OEA e a União Européia, enquanto exige a recontagem estrita dos sufrágios.
    A Espanha, que continua com a presunção de que os latino-americanos são seus súditos, contestou os resultados eleitorais, exigindo também a recontagem e colocando em dúvida a lisura do pleito, em pronunciamento de sua chancelaria. Maduro, em reação explicável diante da crônica das tumultuadas relações recentes entre Caracas e Madri, mandou chamar seu embaixador na Espanha para consultas, e ameaçou tomar todas as medidas contra a ingerência espanhola - o que levou o Ministro de Relações Exteriores da Espanha, Garcia Margallo, a amenizar suas declarações e a declarar que houvera um mal entendido. Na realidade, a Espanha espera ganhar algum tempo, enquanto aguarda as ordens de Washington.
    Em Madri houve quem se lembrasse da vitória de Aznar sobre Felipe González – que conduziu o país à guinada para a direita – por apenas 300.000 votos, quase a mesma diferença entre Maduro e Capriles, sem esquecer que a população espanhola é de 47 milhões de habitantes e, a da Venezuela, de cerca de 30 milhões. Ninguém, em nenhuma “democracia” ocidental, contestou a vitória de Aznar sobre Gonzalez.
    Na Espanha é comum que, nas municipalidades, de cinco a dez votos decidam as eleições.
    Se os Estados Unidos e a OEA persistirem na mesma atitude de contestar o resultado eleitoral e de apoio incondicional a Capriles, estaremos diante de uma crise diplomática complicada. O Brasil, que, como outros países do mundo, acompanha as eleições na Venezuela de perto, com os seus observadores, reconheceu o novo governo, em manifestação pessoal da Presidente Dilma Roussef, em telefonema a Maduro. A Colômbia e o México também o fizeram no primeiro momento. A Unasul também o fez.
    O sistema eleitoral na Venezuela se faz com os votos eletrônicos sendo impressos e colocados em uma urna. De acordo com a lei, 54% dos votos impressos são contados – se a relação corresponder aos votos eletrônicos, considera-se legítimo o resultado total. 
    De que autoridade ética dispõem os Estados Unidos, para avaliar a democracia alheia, quando mantêm o campo de concentração de Guantánamo, em que há prisioneiros, sem julgamento, há quase tanto tempo quanto durou o regime de Hitler?
    Os “caprilistas” começaram a matar nas ruas de Caracas. O que ocorrer, depois disso, será responsabilidade daqueles que os açulam.


    Fonte: Blog do MAURO SANTAYANA

    A outra história do atentado em Boston: espetáculo em cinco atos


    Cai a cortina. E, como em qualquer espetáculo teatral, o público aplaude os atores. Eles desfilam em seus carros com luzes que piscam vermelhas e azuis, os tanques antibombas passam sob um frenesi de uma sociedade que, desde 11 de setembro de 2001 vive a frustração por não ter conseguido caçar os terroristas que abalaram o orgulho nacional

    CAÇADA HUMANA,
    ESPETÁCULO EM CINCO ATOS (OU, CINCO DIAS)
    Roteiro, Direção e Sonoplastia – CIA, FBI, POLÍCIA DE BOSTON
    Participação Especial – Sociedade Americana
    Narração – Fox News
    Era Boston, início da tarde de 15 de abril, numa primavera sonolenta e ainda fria, quando dois irmãos saíram de casa. Nas costas carregavam um elemento cada dia mais demonizado pela sociedade americana: mochila. E essa tinha seus perigos. Ela transportava uma bomba. Caseira, rudimentar, de baixo impacto, de fácil feitura, numa panela de pressão. Mas continuava sendo uma bomba. E bombas, de nêutrons ou caseiras, são construídas com o mesmo objetivo. Para matar. Sempre.
    Os jornais da cidade de Boston naquela segunda-feira, dia da “segunda maratona do mundo” (a primeira continua sendo a grega) trazem notícias corriqueiras., além do assunto do dia, a maratona . Nas primeiras páginas do jornais de Boston, New York, Washington, Chicago, Miami, nenhuma linha sobre o que acontecera na véspera, domingo, 14 de abril. Naquele dia, 30 pessoas, entre elas oito crianças, foram mortas por um drone no Afeganistão. A máquina da morte confundiu uma cerimônia de casamento com ato terrorista. Há quem concorde.
    São 2h17min da tarde de 15 de abril na bela e culta cidade de Boston. Correrias, sirenes, multidão em polvorosa. A bomba havia explodido. Quatro pessoas são envolvidas em sacos plásticos. Mortas. Outras 160 se espalham pela rua interditada e pelas calçadas. Feridas. Comoção nacional. Não pelo drone que matou 30 pessoas inocentes. Mas pelo “ato terrorista” que matou quatro inocentes, entre eles um garoto e 160 feridos. Um deles, com pernas amputadas.
    24 horas do atentado, nenhum suspeito. Nada. Nenhuma testemunha mas (as conjunções adversativas sempre mudam a história do mundo), surge a primeira imagem, um primeiro suspeito. Alguém que andava sobre os telhados na hora da maratona.
    As especulações qual coriscos ensandecidos, riscam os céus de Miami, Chicago, Washington, New York e Boston. “Isso é coisa do Tea Party”, reclamam uns. “Parece que foi ação de quem é contra a alta de impostos”, bradam outros. Ninguém se lembra de que o Congresso dos EUA está, nesse momento, discutindo uma Lei de Migração menos draconiana. A discussão arrepia e traz pesadelos para a extrema direita e seu atual líder, senador pela Flórida, Marco Rúbio. Filho de cubanos fugidos da ilha nos 60.
    Quarta-feira, 17 de abril. A câmera de um “anônimo” traz, finalmente, aquilo que mais de 300 milhões de americanos esperavam. A imagem de dois rapazes. Eles e suas e suas mochilas. Os dois próximo à lixeira onde a bomba fora deixada.
    irmãos tsarnaev atentado boston
    Irmãos Tsarnaev, suspeitos de atentado em Boston (Foto: Divulgação)
    Ainda é 17 de abril. A voz da âncora da Fox News ecoa pelos ares de um país em pânico. Mas, antes de qualquer pronunciamento oficial, a âncora da Fox News canal de televisão de Rupert Murdoch (a mesma que se recusou a acreditar na reeleição de Obama) deixa escapar o cheiro da panela. Um cheiro de Islam servido num samovar.
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    17 de abril, em Boston, a câmera com imagem dos dois irmãos, de nomes impronunciáveis no Ocidente, se junta a outras câmeras. A CIA entra em ação para ampliar as imagens que mais a interessavam A dos dois irmãos. A Polícia de Boston nega ter feito a captura de qualquer suspeito.
    Já é quinta-feira, 18 de abril. CNN, com seu noticiário desbotado e Fox News exigindo vingança passam a centralizar o noticiário na busca dos “terroristas”. Às nove da noite desse dia, as imagens dos dois irmãos surge nas telas das redes sociais com a tarja “Wanted” (Procurados). A mesma tarja utilizada na colonização da costa Oeste do país para encontrar pistoleiros ou ladrões de gado, de banco…
    Ainda é quinta-feira. Dez da noite. O lado Leste dos EUA já se entregou ao sono. A sociedade estadunidense dorme cedo. Mantém até hoje hábitos rurais, com algumas exceções. Na Fox News, uma voz embargada de emoção anuncia que uma loja de conveniências foi assaltada. Eram os dois irmãos. Eles também fizeram um refém, o dono de uma Mercedes SUV (Sport Utility Vehicule), um jeep possante. O refém escapa enquanto os irmãos assaltam a loja. Nem o FBI, nem a CIA, nem a Polícia de Boston mostra a loja do assalto e muito menos o cidadão sequestrado.
    A partir daí, a tarja “Wanted” pode ser substituída pela tarja “Fiction”. Ou, acredite, se quiser. Porque, nessa tragédia, com cinco mortos (os quatro pela bomba e um dos irmãos pela polícia) a verdade de substantivo abstrato, torna-se substantivo volátil.
    10h30min da noite de quinta-feira, os dois irmãos, mesmo num carro possante, não tinham se afastado tanto do local do sequestro seguido de roubo. A Polícia cerca o carro. Uma câmera imóvel filma o tiroteio. O som dos tiros são nitidamente de armas do mesmo calibre. Mas a versão oficial informa que a polícia foi recebida com bombas, embora o vídeo de câmara parada não mostre nenhuma explosão.
    O mais velho dos irmãos é preso (ou se entrega, ninguém sabe). E morre “a caminho do hospital”. Ou vocês pensavam que só bandido brasileiro morre a caminho do hospital depois de “intensa troca de tiros”?
    O irmão caçula, ferido, consegue escapar. Deixa um rastro de sangue, mas a polícia não segue as pegadas frescas. Desloca-se para uma pacata cidadezinha, Watertown para vasculhar a casa onde, afirmam as autoridades, viviam os irmãos. A essa altura, o telespectador já sabe que eles são estrangeiros. Vieram da sofrida Chechênia, país localizado numa região onde a morte chega pelas mãos das tropas de ocupação do Afeganistão. Ou, pela arma mais abjeta criada pela indústria armamentista dos Estados Unidos, o drone.
    Os repórteres, âncoras e comentaristas se entreolham decepcionados. Por que Chechênia? Afinal de contas, Chechênia, é um país invadido pela Rússia. Seus imigrantes têm direito ao status de “refugiados”. Ou seja, os dois estavam fugindo do antigo inimigo número um dos EUA, a poderosa União Soviética. Um fantasma que por mais de cinco décadas povoou os pesadelos dos americanos. Não fazia sentido, bradavam os analistas e especialistas em Segurança e Terrorismo.
    Helicópteros, carros antibombas, agentes com colete do FBI, Polícia de Boston, sirenes incessantes. A casa é cercada. São 10h30 da manhã de 19 de abril. A caçada fora iniciada doze horas antes. O movimento é acompanhado por centenas de jornalistas e canais de TV. As ruas da cidade foram fechadas. Ninguém entra ou sai. Os vôos, cancelados. Boston e seus arredores transformam-se em cidades sitiadas. “Estou no meio da guerra” dizia ao microfone um repórter da Fox News num cenário onde não se via carros ou pessoas.
    Pé ante pé, rodeados por câmeras de grandes e pequenos canais de TV, batalhões de policiais, agentes do FBI, especialistas em desarmar bombas, helicópteros de guerra sobrevoam a pacata Watertown.
    A âncora da Fox News baixa o tom de voz dramaticamente para dizer, “o procurado é uma pessoa de extrema periculosidade”. Ela está rouca e muito excitada. A polícia, qual seriado de TV, põe a arma em diagonal (nunca entendi porque as armas ficam na diagonal da mão quando a polícia busca criminosos). Chegam à casa onde viveriam os dois irmãos. Não se ouve nada. Nenhum som.
    Frustração. Os policiais abandonam o interior a busca. E saem declarando que havia um verdadeiro arsenal dentro da casa vazia. E muitas bombas, algumas delas de alto poder destrutivo e que “exigem treinamento para sua fabricação. Não há imagens do arsenal.
    Só um protesto diante da cena. A tia dos dois irmãos é advogada. Sem papas na língua. E vive no Canadá. Quando uma jornalista lhe pergunta o que acha do fato de seus sobrinhos terem bomba em casa, ela, voz firme, com forte sotaque do Leste europeu: “Evidências. Quero evidências de que havia bombas. Quem está informando sobre as bombas é o FBI e a CIA. Mas não há evidências”. E até agora as evidências continuam no anonimato.
    Ninguém contesta a informação. Ninguém se pergunta por que os dois irmãos, “pessoas de extrema periculosidade” deixaram em casa bombas potentes e usaram uma outra de baixo impacto.
    “Necessidade de treinamento para a fabricação”. A frase, parece solta ao acaso. Mas não se iludam. É o primeiro passo, o primeiro elo com o “terrorismo” (leia-se “terrorismo islâmico”).
    14h30min de 19 de abril. A caçada continua sem pistas da pessoa de “extrema periculosidade”. A essa altura, na cozinha da Fox News, a panela de pressão assovia. Na tela o sinal de “Alert”, ou seja, vem notícia bombástica (sem trocadilhos).
    E, para um público que, passivamente se deixa impregnar pelo noticiário como se fossem gansos alimentados para que seus fígados engordem e se transformem em paté de “foie gras”, a voz que alicia multidões diz que…tchan…tchan…tchan, o mais velho dos irmãos passou “seis meses na Chechênia.
    Que absurdo! Como é que um checheno tem a ousadia de passar seis meses na Chechênia, mesmo morando no país mais rico e poderoso do planeta? Isso é crime. É sinal explícito de militância terrorista.
    Mas ainda não era tudo. Os ponteiros do relógio avançavam. A caçada ia a passos de um velho celacanto. Nessa época do ano, o dia invade a noite. Só se deixa vencer quando não mais consegue provar o poder do sol.
    As tropas tomam outra direção. Agora procuram um barco ancorado na terra. Lá está um adolescente. Ferido. Sangrando.
    São 19h30 em Boston e seus arredores. A claridade é suficiente para encontrar filhotes de esquilo em mata fechada. Os helicópteros continuam vasculhando céu, terra. As tropas do país mais armado do mundo parecem perdidas. O bombardeio da Foz News sobre os gansos repete exaustivamente as mesmas informações. Em tons de filme macabro ou novela policial, os âncoras se revezam em adjetivos. Os gansos estão quase a ponto de virar patê de foie gras, explodindo de ódio contra os seguidores do Alcorão.
    A luminosidade cede lugar às primeiras escuridões. A Fox News, num tom solene anuncia que o aparato policial “avança com cautela” porque quer pegar o irmão sobrevivente “vivo”. Como se fosse uma grande concessão.
    21 horas. Já é noite de 19 de abril em Boston, em Watertown, Miami, New York e Washington. Em Chicago ainda há luz. A escuridão impede imagens nítidas mesmo para câmeras poderosas. E… “cantemos ao senhor”, a pessoa de “extrema periculosidade” é capturada. Está ferida. Perdeu muito sangue por quase 24 horas. Debruçados sobre um corpo magro, os paramédicos impedem telespectadores de olhar a cara do “terrorista” que é levado para o hospital. Os helicópteros com luzes infravermelho retornam à base.
    Cai a cortina. E, como em qualquer espetáculo teatral, o público aplaude os atores. Eles desfilam em seus carros com luzes que piscam vermelhas e azuis, os tanques antibombas passam sob um frenesi de uma sociedade que, desde 11 de setembro de 2001 vive a frustração por não ter conseguido caçar os terroristas que abalaram o orgulho nacional.
    O espetáculo que se encerra com os habitantes de toda uma cidade carregando flores ou velas protegidas por saco de papel cantando “God save America. My home, sweet home/ God save America/ my home sweet home, numa verdadeira catarse nacional.

    Fonte: PRAGMATISMO POLÍTICO