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quinta-feira, 12 de julho de 2012

VATICANO FOI O PRIMEIRO A APOIAR GOLPE DO PARAGUAY


Primeiro a saudar Franco, o Vaticano se faz cúmplice do golpe

12.07.2012
Primeiro a saudar Franco, o Vaticano se faz cúmplice do golpe. 16898.jpeg
Paraguai: No sábado, três diplomatas visitaram Franco no palácio residencial: o embaixador dos Estados Unidos, James H. Thessin, o embaixador alemão, Claude Robert Ellner, acompanhado do ministro de Cooperação Econômica e do Desenvolvimento da Alemanha, Dirk Niebel, que considerou "um processo normal" a destituição de Lugo, e o núncio apostólico, Eliseo Ariotti.
A Igreja Católica é a instituição que tem se mostrado mais satisfeita com o impeachment de Lugo, um bispo católico suspenso 'ad divinis' pela Santa Sede. O núncio apostólico foi o primeiro diplomata a visitar Franco, realizando, depois, uma missa na catedral, que foi assistida pelo novo presidente. A alta cúpula católica paraguaia pressionou publicamente Lugo a renúncia após a Câmara dos Deputados decidir pelo início do julgamento político.
Com um "aqui não existe golpe", o novo presidente do Paraguai, Federico Franco, começou sua primeira jornada a frente do Paraguai, convencido de contar com o apoio "unânime" de sua nação, ainda que falte o reconhecimento de muitos vizinhos.
Ao chegar ao seu gabinete, primeiramente, Franco recebeu o núncio apostólico, o italiano Eliseo Ariotti.
"É um dom de Deus, mas também dos homens e dos paraguaios o reconstruir", disse o representante do Vaticano, explicando que veio "homenagear" as novas autoridades e convidando o corpo diplomático a fazer o mesmo.
O novo governo paraguaio do presidente Federico Franco permanece isolado de seus vizinhos latino-americanos desde domingo. Estes, de forma unânime, questionaram a legitimidade da destituição, na sexta-feira, de seu antecessor, Fernando Lugo.
O novo "presidente" se encontra na defensiva diante da condenação geral suscitada entre seus vizinhos, por conta da destituição de seu antigo companheiro de chapa.
Em entrevista com a AFP, Franco afirmou que pediria ajuda a Lugo para dar fim o isolamento regional em que se encontra seu governo.
Os membros do Mercado Comum do Sul (Mercosul), Argentina, Brasil e Uruguai, decidiram, no sábado, retirar ou chamar em consulta seus embaixadores, depois de que os países da ALBA (Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua) anunciaram que "não reconhecerão" o novo governo.
O Brasil, principal parceiro comercial do Paraguai (60% do total) com grandes interesses no país, qualificou a destituição de Lugo de "ruptura da ordem democrática".
"O governo brasileiro condena o rito sumário de destituição do mandatário do Paraguai decidido em 22 de junho passado, no qual não foi adequadamente assegurado o amplo direito de defesa" e "considera que o procedimento adotado compromete o pilar fundamental da democracia, condição essencial para a integração regional", segundo um comunicado da chancelaria.
"As medidas a serem aplicadas à raiz da ruptura da ordem democrática no Paraguai estão sendo avaliadas com os membros do Mercosul e da Unasul, à luz dos compromissos com a democracia no âmbito regional", acrescentou a Diplomacia brasileira.
Durante uma coletiva de imprensa, Franco afirmou que não assistirá a reunião do Mercosul, na próxima quinta-feira, em Mendoza, Argentina, onde seguramente o bloco adotará medidas contra seu governo.
Mesmo que o Paraguai tenha transcorrido o dia de sábado em calma, as tensões sociais que provocaram a crise política que custou o cargo de Lugo, ainda estão latentes.
José Rodríguez, líder da Liga Nacional de Carperos, o movimento dos camponeses sem terra que protagonizou o violento enfrentamento de oito dias atrás, em Curuguaty, com um saldo de 11 camponeses e 6 policiais mortos, que desatou a crise política, chamou seus seguidores a "permanecerem mobilizados".
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)


Fonte: PRAVDA (Rússia)

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ATUALIZAÇÃO:

Deposição de Fernando Lugo foi golpe contra o Brasil

12/7/2012 12:36,  Por Breno Altman - de São Paulo
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Paraguai
Dilma e Patriota ainda avaliam as consequências do golpe contra o governo constitucional do Paraguai
Quase um mês após o desfecho sumário que provocou a derrocada do presidente constitucional do Paraguai, já é possível analisar com mais acuidade os interesses geopolíticos envolvidos.
Não é uma novidade que as iniciativas de integração sul-americana, aprofundadas após a posse de governos progressistas nesse rincão, estabelecem desafio para a estratégia da Casa Branca, cujas raízes remontam à velha Doutrina Monroe. Desde que o quinto presidente dos Estados Unidos proclamou seu enunciado, em 1823, “a América para os americanos” virou o zênite da política continental de Washington.
Na virada do século, o centro dessa estratégia era a constituição da ALCA – a Área de Livre Comércio das Américas, que selaria a hegemonia sobre nações que considera sua reserva natural de influência. As vitórias eleitorais de esquerda, especialmente de Hugo Chávez e Lula, colocaram por terra o plano expansionista.
Os formuladores do Departamento de Estado levaram algum tempo para reagir. Substituíram a abordagem de bloco pela bilateralidade. Através de tratados de livre-comércio e acordos militares, entenderam que o melhor caminho para defender suas posições seria dificultar que a região encontrasse fórmulas de unidade fora de seu controle.
A atitude em relação ao Brasil, no entanto, vinha se mostrando instável. Com momentos de choque, como no caso iraniano, e outros de pressão nos bastidores, buscando enfraquecer as posições brasileiras no cenário internacional sem afrontá-las. Na maior parte do tempo, contudo, a Casa Branca preferiu defender seus interesses atrás do palco.
Base militar
A derrubada de Lugo, porém, abre novo capítulo. Imediatamente reconhecido por Washington, o governo de Federico Franco facilita enclave norte-americano na área do Mercosul, incluindo a retomada do projeto da base militar de Mariscal Estigarriba. Poucos dias após a queda do presidente, uma delegação do Pentágono já se encontrava em Assunção, conforme revelou o insuspeito deputado Lopes Chávez, presidente da Comissão de Defesa da Câmera de Deputados e aliado do general Lino Oviedo, um dos mentores do golpe.
Além de pretensões práticas, os EUA, ao favorecerem uma virada de mesa na vizinhança brasileira, possivelmente imaginaram colocar em xeque a capacidade do principal país da região em reagir a situações de conflito. Não é segredo, afinal, que o bloco sul-americano depende da força política, econômica e militar do Brasil.
Mas o desenlace, por ora, fustiga os desejos da superpotência. Apesar da influência de grupos pró-Monroe, e por isso mesmo criticado pela hesitação perante o golpe, o Itamaraty seguiu as determinações da presidente Dilma e a Casa Branca tomou o troco, com a suspensão do Paraguai e a integração da Venezuela ao Mercosul.
Logo os aliados de Washington, das mais distintas nacionalidades, começaram a espernear, tentando reverter ou desgastar a resposta liderada pelo Brasil. A começar pelo secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), entidade notoriamente subordinada aos desígnios norte-americanos. Uma reação que ressalta o quanto a disputa ultrapassa o cenário de um pequeno país.
Está em jogo o próprio projeto de integração sul-americana. Os adversários desse processo arriscaram um ataque frontal à liderança brasileira, em plena Rio+20, na expectativa de derrubar uma peça do dominó e ver todas as demais caírem na sequência. Até agora, encontraram resistência à altura.
Breno Altman é jornalista e diretor editorial do site Opera Mundi

Fonte: CORREIO DO BRASIL

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