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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Sarkozy no sufoco

09/07/2010 - 15h56

Polícia faz busca em caso de herdeira da L'Oreal; Sarkozy deve falar à TV na 2ª feira

A polícia francesa realizou nesta sexta-feira uma busca nos escritórios do principal conselheiro financeiro da herdeira da L'Oreal, Liliane Bettencourt, como parte das investigações sobre doações ilegais para a campanha presidencial de Nicolas Sarkozy, em 2007.

Patrice de Maistre teria dado 150 mil euros em dinheiro para o amigo e tesoureiro da conservadora União do Movimento Popular (UMP), Eric Woerth, em março de 2007, para a campanha de Sarkozy, eleito dois meses depois.

Sarkozy deve falar sobre o caso na segunda-feira ao canal de televisão pública France 2, respondendo "a todas as questões da atualidade" durante uma hora, informou a France 2 em comunicado. A entrevista será de 20h15 às 21h15, hora local (15h15 às 16h15, hora de Brasília).

Philippe Wojazer/Reuters
Polícia francesa faz busca no escritório de conselheiro da herdeira da L'Oreal em caso de doações ilegais à campanha de Sarkozy
Polícia francesa faz busca no escritório de conselheiro da herdeira da L'Oreal em caso de doações ilegais a Sarkozy

O financiamento é ilegal segundo a legislação francesa, que limita a 4.600 euros as doações a candidatos por pessoas físicas e determina que o repasse de verbas somente pode ser feito em espécie quando inferior a 150 euros.

Segundo a ex-contadora de Bettencourt, Claire Thiboult, Maistre lhe pediu para retirar 50 mil euros em um caixa automático para dar a Woerth, em 2007.

Três vans da polícia chegaram aos escritórios de Maistre e os agentes isolaram o prédio, localizado no rico subúrbio de Paris, Neuilly-sur-Seine, do qual Sarkozy já foi prefeito. Os agentes entravam e saiam do local com várias caixas e documentos.

As autoridades francesas estão investigando contas no exterior de Bettencourt e seu registro de pagamento de imposto, em meio a um escândalo de evasão fiscal. Separadamente, a promotoria francesa abriu uma investigação preliminar nesta semana sobre as doações a Sarkozy.

As alegações, que Sarkozy nega veementemente, são parte de um escândalo crescente que desestabilizou o governo conservador de Sarkozy e ajudou a baixar ainda mais as taxas de aprovação do presidente.

Maistre recentemente reconheceu que Bettencourt, terceira mulher mais rica da França, tem dezenas de milhões de dólares em contas no exterior. Ele nega, contudo, as alegações de Thiboult de que pediu para que sacasse dinheiro para doar à campanha do presidente.

Os dois contadores foram interrogados juntos nesta quinta-feira, mas o conteúdo não foi revelado à imprensa.

PRESSÃO

Nesta quinta-feira, interrogada pela segunda vez pela promotoria, Thiboult negou parte de suas acusações, incluindo que a própria Bettencourt tenha entregado envelopes com dinheiro a Sarkozy, quando ele era prefeito de Neuilly-sur-Seine. Ela voltou atrás também nas datas das doações ilegais.

O advogado de Thiboult, contudo, acusou os promotores de pressionar sua cliente e de negar seu acesso a ela --o que coloca em dúvida a validade das novas declarações, que isentam participação direta de Sarkozy no escândalo. "A palavra pressão parece apropriada para mim. eu considero o assédio do promotor contra ela absolutamente escandaloso", disse o advogado Antoine Gillot.

Segundo o jornal "Le Monde", a ex-contadora manteve, contudo, a denúncia de que Maistre lhe pediu para retirar os 50 mil euros para dar a Woerth.

Woerth foi ministro de Orçamento por três anos e agora está à frente do Ministério do Trabalho como peça-chave do governo, a cargo da reforma do sistema de aposentadorias, uma das mais polêmicas implementadas pelo presidente.

Ele também negou ter recebido dinheiro ilegal de forma veemente. "Nunca recebi no plano político o mínimo euro que não fosse legal".

O ministro está envolvido também nos escândalos de evasão fiscal da fortuna de Bettencourt. Gravações feitas ilegalmente por um mordomo revelam conversas entre a herdeira e seus conselheiros financeiros, nas quais aparece o nome da mulher de Woerth, Florence, em conversa sobre operações financeiras para a herdeira da L'Oreal sonegar impostos.

Os interlocutores dão a entender que o próprio Woerth estaria consciente das operações, a ponto de uma parte da fortuna de Bettencourt ser administrada, desde 2007, pela sua mulher. A oposição exige a renúncia de Woerth, que rejeita até o momento a pressão.

A expectativa é que Sarkozy faça um pronunciamento sobre o escândalo no próximo dia 13.

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