Juiz boliviano diz ser vítima de
perseguição e pede asilo ao Brasil
Luis Hernando Pachi conduz caso sobre suposto complô de assassinato contra presidente
Foto por Reprodução/Los Tiempos
O juiz boliviano Luis Hernando Tapia Pachi, que está em Corumbá (MS), pediu asilo político ao Brasil, alegando perseguição do governo de Evo Morales
Em contato com a rede de televisão ATB a partir da cidade de Corumbá (MS), o juiz Luis Hernando Tapia Pachi disse que apelará a "todos os recursos" e instâncias nacionais e internacionais para que seja "respeitado como cidadão".
O chamado "caso terrorismo" explodiu em 16 de abril de 2009, quando a polícia matou três estrangeiros em um hotel de Santa Cruz e prendeu outros dois membros do suposto grupo que, segundo a Promotoria e o governo, ia assassinar Morales e promover a separação dessa região por meio de milícias armadas.
Inicialmente, o caso esteve a cargo de Pachi em Santa Cruz, mas depois as autoridades determinaram sua mudança para La Paz. O juiz tentou frear a mudança de jurisdição, por isso a Promotoria o acusou de prevaricação (crime praticado por funcionário público) e desobediência a procedimentos penais.
Os líderes políticos e empresários da região de Santa Cruz rejeitaram a investigação em La Paz com o argumento de que ela tem sido dirigida politicamente para prejudicar a oposição e reivindicaram que a jurisdição seja a de Santa Cruz, onde foi descoberto o grupo armado.
Enquanto isso, as autoridades judiciais de La Paz e o governo afirmaram que a corte de Santa Cruz não será imparcial na hora de julgar os líderes dessa região, todos opositores.
Pachi foi convocado a depor em La Paz sobre o caso em cinco ocasiões. No entanto, como não se apresentou, o Ministério Público emitiu uma ordem de captura.
Em Corumbá, o juiz boliviano disse ser perseguido pelo governo de Morales.- Esta é uma perseguição direta do governo. Juridicamente saberei me defender como for preciso, e também me defenderei nas instâncias que os tratados internacionais me permitam.
A esposa de Pachi, Ericka Oroza, anunciou que o juiz colocará "ações perante as cortes internacionais para garantir seus direitos".
Segundo a imprensa, 140 opositores e críticos do governo Morales, entre líderes políticos, cívicos e empresariais, fugiram da Bolívia nos últimos quatro anos, declarando-se vítimas de "perseguição política".
O ex-líder da organização radical União Juvenil da Região de Santa Cruz (UJC), David Sejas, vinculado com o suposto grupo terrorista, também fugiu para Corumbá e disse que voltará à Bolívia para se defender "quando houver tribunais imparciais".
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Fonte: R7
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