Após crise, Vaticano divulga normas mais severas contra padres pedófilos
DE SÃO PAULO
Atualizado às 08h29.
O Vaticano apresentou nesta quinta-feira seu novo manual de procedimentos e normas para casos de abuso sexual cometido por sacerdotes, uma resposta ao amplo escândalo de pedofilia que afetou a Igreja Católica este ano.
As novas regras incluem o aumento do prazo de dez anos para 20 anos da prescrição desses delitos --o que deve permitir o julgamento de muitos padres cujas vítimas foram silenciadas e ignoradas por anos. Inclui ainda os abusos sexuais contra adultos com deficiência mental como crime tão grave quanto a pedofilia.
A nova normativa para os processos canônicos amplia também a extensão do delito de pedofilia e pune a aquisição, posse e divulgação "por parte de um membro do clero, em qualquer modo e com qualquer meio", de imagens pornográficas.
O documento, contudo, não menciona a necessidade dos bispos de reportar denúncias de abuso à polícia. Este item era tido como crucial pelos grupos de vítimas de abuso, já que a maior parte das denúncias que vieram à tona nos últimos meses diz respeito a bispos que ignoraram relatos de abuso sexual e apenas transferiram os padres acusados.
O texto não inclui também a política de expulsão imediata dos padres acusados deste tipo de crime, como requisitado por alguns grupos de vítimas.
O Vaticano lista ainda a ordenação de mulheres como "crime grave" a ser avaliado pela Congregação da Doutrina da Fé do Vaticano --que também será responsável pelas denúncias de abuso sexual. Críticos reclamam que a inclusão dos dois crimes no mesmo documento implica em tratá-los como sendo de mesma gravidade.
Fonte: FOLHA DE SP
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A equiparação feita pela ICAR é procedimento de uma instituição honesta?
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