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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Cavalos e bois são dotados de alma?

- Animal, quer dizer “que tem anima”, isto é alma?

- (...) Até entre os animais destituídos de razão se encontram enxames, rebanhos, ninhadas e, como não, amores. É que já possuem alma. (...) - MARCO AURÉLIO (Imperador romano) – Meditações - Editora Martin Claret – São Paulo/SP – 2002, p. 89.

- Un fragmento de Jenófanes nos refiere que en una oportunidad castigaban a un perro en presencia de Pitágoras. Éste, al escuchar los aullidos desesperados del can, se conmovió mucho y dijo: «¡Dejad de castigarlo, porque tiene el alma de un amigo mío, al que yo he reconocido al sentirlo llorar!» http://www.analitica.com/bitblio/mehesz/mundo5.asp#vino


- De fletes e almas
Eduardo Amorim postou uma foto: “Mas as almas deles, as almas ‘humanas’ dos meus fletes andam errantes nos espaços, e já lhes são eternos os efêmeros instantes em que sonhamos sós por estes campos, por cerros altos, rinconadas e capões que davam medo, na claridade das planuras, à beira da água viva dos arroios e no destino das estradas que se perdem no horizonte... Quanta vez as nossas almas conversavam na solidão da mesma cisma, e nas nossas pupilas fulgurava a mesma luz de Deus... Decerto não morreram, os meus fletes e vivem nos rincões dos intermúndios...” Trecho de “Os fletes”, de Aureliano de Figueiredo Pinto Pavão, Capão do Leão, Rio Grande do Sul, Brasil
http://www.guiadosmunicipios.com.br/

- (...) qué se hace del alma después de la muerte?-l e pregunté, doblando ya la cabeza sobre la almohada.

-Y durante el sueño, ¿qué crees que se hace de ella?- me respondió el interpelado.

-¡Hombre!...- le repliqué, ya medio dormido.

-Y el alma del caballo, ¿a dónde irá a parar cuando estira la pata?- añadió el estudiante. Esta objeción me satisfizo plenamente, y me quedé dormido sin mayores inquietudes.

http://www.google.com.br/search?q=cache:k9nvKn4DSvoJ:www.marxists.org/espanol/trotsky/1930s/mivida/06.htm+caballo+judios&hl=pt-BR&ie=UTF-8

- Amo-te, ó boi piedoso! Um sentimento/de vigor e paz tu me forneces,/grave e solene, como um monumento,/olhando os campos de dourados messes. Preso à canga, não soltas um lamento,/mas ao homem na lida favoreces./Ele fala e te punge, e tu com o lento/volver dos olhos mansos obedeces. Nessa larga narina, úmida e escura,/bafeja o teu espírito, e ridente,/como um hino, o mugido no ar se perde. E em teu olhar de límpida doçura,/calmo, se espelha majestosamente,/dos verdes campos o silêncio verde. - ODILON NESTOR (poeta paraibano) - O Boi – L&PM Editores S.A/P. Alegre-RS e SP/1999, p. 152 de O Livro dos Bichos.

- Aquele grande borrão/que se vê junto ao umbu,/de sangue esparso no chão,/é sinal de carneação/que se fez de algum zebu. E quando no céu não arde/mais o disco do calor,/o gado, num grande alarde,/enche de choros a tarde,/em tristes berros de dor. É que a rês tem sentimento,/sente saudades também,/e expressa seu sofrimento,/em um profundo lamento,/chorando a falta de alguém. ANTENOR DE MORAES - O choro do gado - L&PM Editores S.A/P. Alegre-RS e SP/1999, p. 154 de O Livro dos Bichos.

- As almas dos cavalos refletem as almas dos homens mais perto do que supõem os homens - CORMAC MAC CARTHY - Todos os belos cavalos, p. 103.

- Comentando o termo SHECHITÁ, ALAN UNTERMAN - Dicionário judaico de lendas e tradições - Jorge Zahar Editor/RJ/1997, pág. 241, dá notícias de que há uma crença cabalística de que as almas dos pecadores reencarnam nos corpos dos animais e são libertas do processo de transmigração das almas quando estes são mortos no ato santificado da Shechitá.

- (...) E agora, venho encontrar-te/Assim, vencido e sozinho,/A escorrer pelo focinho/Essa lágrima de adeus.../Meu petiço! Santo Deus!/Teu sentimento é de gente (...) - JAIME CAETANO BRAUN - Potreiro de Guachos/Petiço Baio - Editor Martins Livreiro/P. Alegre-RS/1969, p. 84.

- É tamanha a empatia entre homem e cavalo que tudo faz supor que sejam almas gêmeas. Aliás, LUIZ CARLOS BARBOSA LESSA – As mais belas poesias gauchescas - EDITORA Sulina/P. alegre-RS/1987, p. 16, escreveu sobre o gaúcho, o que se poderia, perfeitamente, aplicar ao cavalo: (...) Gaúcho tem alma também. Não é só corpo bruto em campo. Não é só sangue, lança, espora e faca. Gaúcho tem alma também. (...) E o mesmo autor transcreve palavras de BERNARDO TAVEIRA JÚNIOR: (...) Se pára o caçador, pára o cavalo;/Quando um se mexe, o outro a um tempo move-se;/Com tamanha destreza ambos manobram,/Por tal forma à razão se casa o instinto,/Que até parece que respiram/duas almas unidas num só corpo. (...).

- Era um cavalo do universo! – cavalo de terrível alma (...) - JOÃO GUIMARÃES ROSA – Tutaméia/Retrato de Cavalo - Editora Nova Fronteira/RJ/1985, p.147.

- (...) Era um garanhão quarto de milha registrado, tinha um metro e quarenta e cinco centímetros e pesava cerca de 500 quilos. Era um castanho –claro, mas seu pêlo tinha aquele tom de cobre que parece refulgir. Eu já o vira em provas, brilhando como sempre. Mesmo quando não estava sendo mantido nas melhores condições, seu pêlo brilhava mais do que o de qualquer outra montaria. O brilho parecia vir da sua alma e do seu coração, e não da escova do tratador. (...) - MONTY ROBERTS - O homem que ouve cavalos - Bertrand Brasil/RJ/2001, p. 167.

- Homens e animais a possuem - HEINS KELSEN - Teoria Pura do Direito, p. 58.

- Na fábula Os dois ratos, a raposa e o ovo, o autor francês abaixo citado discorda dos que dizem que animais têm alma, argumentando: o animal às máquinas é igual, nada escolhe e só segue o impulso do momento: nele só há corpo e nunca uma alma ou sentimento, qual um relógio, que anda a passos bem medidos, cegamente e sem ter alvos preconcebidos (...)

– JEAN DE LA FONTAINE – Fábulas de La Fontaine - Villa Ricca Editoras Reunidas Ltda/BH e RJ/1992 – Vol. 2, p. 218.

- MARCO POLO refere-se ao povo do reino de Dragoiam, que acreditava que todo ser vivo tem alma, inclusive os vermes – O Livro das Maravilhas – L&PM Editores S. A/1999, p. 280.

- Na doce paz da tarde que declina/após a faina, sob um sol ardente,/vão os bois, recolhendo lentamente,/pelas vias desertas da campina. Atravessam depois, a cristalina/ribeira; e a flébil som de água corrente,/bebem sedentos, demoradamente,/numa sensual, rudeza que os domina. Mas quando, fartos d’água, erguendo as frontes,/os beiços escorrendo, olham os montes,/e ouvem cantar ao alto os rouxinóis,/eu fico–me a cismar, calado e triste,/que um mundo de impressões, que uma alma existe/nos olhos enigmáticos dos bois. – A. DE MACEDO PAPANÇA - Os Bois - L&PM Editores S.A/P. Alegre-RS e SP/1999, - Livro dos Bichos - p. 151.

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